"Nós, Elas e Etc, homenagem às Mulheres Internacionais e ao CLAMA"










Neste 08 de Março, Dia Internacional das Mulheres, ano das divindades das águas, da natureza líquida das coisas, da minha atividade docente nestes 20 anos dedicados á escola, eu dediquei um momento delicado pra compartilhar a sinergia poética que nutre toda minha caminhada no âmbito da arte e da educação. 
Estive, por um desejo muito particular, na sede do GEMPAC com as mulheres que tem conseguido se firmar em torno de suas crenças buscando com isso uma legitimação humana e social, a emancipação política de sua própria voz por meio de um discurso coletivo forte que as traduza como classe de mulheres engajadas e comprometidas com a qualidade de vida tanto daquelas  atendidas pela ONG- como daquelas que ainda não são capazes de enfrentar os ditames de uma sociedade machista e arbitrária- em prol das melhorias do bairro onde aquele prédio grita por respeito e dignidade expressão máxima das mulheres organizadas naquele coletivo.
No blog Holofote Virtual lê-se:"No dia em que mulheres de todos os lugares do mundo se unem para gritar por seus direitos e comemorar os avanços que o gênero conquistou, o Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (Gempac) realiza uma programação que vai exceder os muros da entidade. No dia 8 de março, quinta-feira, das 10h às 22h, o espaço físico que a instituição ocupa vai ser tornar palco de diversas atividades e manifestações artísticas" 
Foi um dia pensado e planejado carinhosamente para evidenciar o brilho, a alegria e a valorização do feminino tantas vezes agredidos por uma selvageria machista e hipócrita que teima segregar as mulheres à condição de coadjuvante quando estas, de fato, há muito, já assumiram o protagonismo de suas vidas, de suas ideologias e seus posicionamentos diante da exclusão social que assola tantas de nós. 
O dia foi marcado por ações que realçaram a  militância daquele grupo de mulheres, bem como serviu de canal aberto às demandas que persistem em anos de luta. Luciana Medeiros ao falar da programação destacou: "um canto especial da sede, o “microfone aberto” servirá de palanque para qualquer um se expressar. A ideia é abrir um canal de comunicação entre quem tiver alguma colocação ou questionamento e as pessoas que estiverem passando pelo local. Um foto-varal se encarregará de divulgar olhares sensíveis de fotógrafas mulheres. O exercício do compartilhamento da obra artística evidencia, cada vez mais, uma necessidade de algo que eu nem mesmo sem definir. Algo que é bem maior que as convenções sociais e reclama uma expressão além daquilo que tenho feito em teatro e na companhia de meus pares, sujeitos-artísticos que dividem comigo as diferentes cenas.

Não poderia ter vivido algo tão significativo e profundo, tão bem capturado na fala de um amigo, que dividia uma viagem de ônibus comigo ontem. Ninguém poderia ter tanta clareza em falar desse meu sentimento na presente hora. Ao falar sobre a experiência da intervenção no GEMPAC ouvi deste: "É o encontro da carne com a carne; eu atravesso a mim para chegar no outro e atravesso o outro para chegar a mim!"


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