Sem Título


A dor me levou ao cume + alto!
De lá pude ver quanto de mim havia espalhado no vasto deserto da existência.
Contemplei tua face falha e meu erro em desprender- me tanto por ti.
O deserto era vasto, lúgubre e de um convidativo cheiro de nós.
Eu tateei o que havia de bom nas tardes que trocamos.
Apesar de não estarmos mais lá persistiam o beijo, a palavra não pronunciada e o tempo de tocar os dedos.
Mas veja! De tanto ficou apenas o gosto de procura e a minha eterna inclinação para a felicidade.
Sem o "nós" caminho sem dó, cética e com essa persistente serenata insana, de dor e som...
No íntimo de mim algo pulsa errante, mas meu!
E nisso consiste minha carta de amor!
A montanha não mais me assusta ... tenho a mim e essa febre terçã de gritante poesia que me toma nos braços e me aponta diariamente o arco-íris"


(Rosilene Cordeiro)

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