Outras conversas...



Deixa eu meter o meu bedelho...


(Artigo publicado por Rocco Lopes em seu blog pessoal sobre o Caso Eloá)


O evento que culminou com a morte da garota Eloá foi acompanhado por milhões de brasileiros, como os últimos capítulos de novela das oito e com uma cobertura jornalística que por muitas vezes beirou o espetáculo. Desde o momento do sequestro divulgado, passando pelas negociações, pelos possíveis erros da polícia e pela tragédia final, o Brasil não falou de outra coisa. Com razão até. Um fato para refletirmos, olharmos o que estão fazendo e o que estamos fazendo com nosso país. Infeliz novela da vida real: dura, cruel e sem reviravoltas dos mocinhos no final. Mais uma garota morta no limiar da vida. Uma pena mesmo. Porém quero meter o bedelho (essa palavra é bem estranha, mas gosto de usar termos de gente da minha família) em outro ponto praticamente esquecido: onde estavam os pais de Eloá, que permitiram que a ela namorasse aos 13 anos com um sujeito de 20, sabidamente violento e envolvido com coisas escusas, tráfico dentre elas?Pra mim, esta a origenm de toda a tragédia.
Me gabo por ser um sujeito de idéias avançadas, defensor das liberdades individuais e muito tolerante com as manifestações de modernidade.No entanto, sou absolutamente CARETA em relação a algumas coisas. Vamos com muita calma: uma garota de 13 anos não deveria estar cursando a sexta ou sétima série, levando a vida de uma adolescente ainda muito insegura, imatura e incapaz de tomar decisões sérias? Uma garota de 13 anos não deveria estar sobre total controle de seus pais, que deveriam conhecer seus amigos, sua vida social e seus hábitos? Uma garota de 13 anos não deveria( se fosse o caso, já que isso é natural da idade) namorar um garoto de 14 ou 13, ainda com as mesmas expectativas que as dela e a quem os pais conhecessem e com que tivessem uma relativa convivência para orientá-los sobre responsabilidades de um namoro adolescente? O que quer um homem feito, de 20 anos, com uma garota de 13? Namorinho pueril, romântico?Claro que não, aos 14 ou 15 ela estará grávida, na melhor das hipóteses. Que tipo de diálogo existia entre os pais e Eloá? Viram como sou careta! Mas sou bem resolvido: é assim que tem que ser.Esse é meu jeito. Se eu tivesse uma filha de 13, ela jamais, JAMAIS namoraria um cara de 20. Tudo bem, vamos conversar minha filha, ainda não é hora, ele é mais velho, outras idéias , etc, etc, etc. Bateu o pé, insistiu, resmungou? Vai mudar de cidade, vai pra ilha, pro sítio, pro quarto, mas não vai namorar malandro. Ah não vai!
Vivemos em meio ao dilema: libera demais e estraga versus prende demais estraga. Ok, deve haver um meio termo, mas para casos extremos, medidas extremas. Essa história de namorinho liberal demais, não mesmo. Segure seus hormônios aí minha filha, tem muita vida pela frente. Aí descobrimos que o pai de Eloá é um tremendo bandidão, homicida e o escambau! Agora muita coisa se explica, mas ainda assim era pai e deveria gerenciar o bem-estar de sua prole. Os pais de Eloá foram muito responsáveis pela morte da filha. É o tipo de tragédia anunciada que só precisa de um momento oportuno pra ocorrer. Acho que colocar gente no mundo é um negócio muito sério e não querer perder aqueles a quem mais amamos é cuidar, vigiar, limitar e dialogar. De tudo um pouco. Ainda teremos alguma repercursão deste caso, até que aconteça o próximo, então deixo o Lindenberg e o pai assassino para outra ocasião, mas aqui fica minha opinião meio cuidadosa e meio quadradona, mas da qual não abro mão : quantos filhos os pais ainda ajudarão a matar?


Comentários

Postagens mais visitadas