"Dela eu erdei a labuta, a febre pelo bem estar do outro, os dedos longos desprovidos de cansaço, o riso fácil e despretenciosamente simples e essa capacidade de resistir ao tempo e às tempestades apesar do choro.

Dela eu recordo o rosto sempre geladinho de suor, o gostar de dormir profundamente, a enxaqueca, a sopa de legumes, as providências necessárias para o ajuste das horas, a prontidão, o colo, e a mão a mostrar- me o altar a todo instante...
"Joelho no chão e rosto no pó!" -dizia ela- a me conduzir ao misterioso lugar onde podemos pedir por tudo que precisamos para alcançar nossos largos e mais íntimos objetivos.

Dela, minha mãe, resta em mim, hoje, o segredo que rege minha vida: o tempo de agora, a pessoa presente, o sentimento que pode ser trocado em tempo real com quem desejamos construir história...

Impossível não lembra- lá tão doce, rígida e apaixonadamente única em forma e conteúdo. Eu, tão somente, uma forma dela permanecer conosco."
(Por minha mãe Higina Cordeiro IN MEMORIA)

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