“TRABALHO PARA OGUM, FERREIROS EM EXPEDIÇÃO” OFÍCIO GALERIA THEODORO BRAGA – ABRIL DE 2016




(INTEGRANDO AÇÕES ARTÍSTICAS AFIRMATIVAS DE PRÁTICAS CULTURAIS DE TERREIRO NA EXPOSIÇÃO “NÓS DE ARUANDA, ARTISTAS DE TERREIRO 2016".)


Manual de IN-strução


Segundo autoridades no assunto, Ogum ou Ogulê (em iorubá: Ògún) é amplamente conhecido na mitologia iorubá, como o orixá ferreiro, senhor do ferro, da guerra, da agricultura e da tecnologia. Muitas histórias sobre ELE dão conta que o próprio Ogum forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura e para os combates que travava. Vem daí, de sua inclinação para o novo, para o estabelecimento e fixação do homem à terra, dando-nos os encaminhamentos necessários a melhoria da vida social e do progresso pessoal e coletivo, a nossa devoção filial, porque assim nos intitulamos primeiramente: filhos amados por Ogum, protegidos por sua espada de luz e força.


Eis o legado mais precioso de onde esse projeto parte para celebrar tal divindade: a oportunidade de cultuá-lo em nossas ferramentas de trabalho, nossos ofícios cotidianos de contato profissional e artístico com o mundo: matérias de ferro ou metal, câmeras, instrumentos musicais, foice, solda, instrumentais e maquinários de toda ordem; sons de todos os lugares; nossas vozes, corpos vitais vibrando ao compasso dos metais, recebendo e distribuindo energia dELE como cavalos domesticados que somos por seu cuidado amoroso com cada um de nós. Vidas a serviço do trabalho da arte,  para que o cavaleiro valente seja assentado no mundo físico por cada um de nós, do mesmo modo com que é re-conhecido no mundo espiritual em seus fundamentos e pelos benefícios vindo ao mundo por ELE em diferentes credos religiosos, inclusive.



 (Fotos: Uirandê Gomes)

 (Foto: Jean Ribeiro)

O trabalho bebeu, a princípio, da obra “Ferramentas” (2015), do artista  Jean Ribeiro (como poética elementar do projeto inicial) e  foi ‘re/con-cebido’ como pesquisa do grupo destinado a ser uma ação distribuída em três atos performativos ( a escolha dos trabalhos deriva da relação do odu 3, etá ogundá odu sob a regência de  Ogum). Denominados expedições de trabalho, os trabalhos artísticos ou ofícios ocorrerão em duas cidades, Ananindeua e Belém/PA, entre os meses de março e abril de 2016.

(Arte do cartaz: Pedro Olaia)

O mesmo se volta, assim, a homenagear o orixá Ogum em sua qualidade desbravadora, integradora de caminhos e jornadas pelo ayê a fim de estabelecer os seres nos diferentes tempos e espaços históricos, todos entendidos como sagrados na relação ‘vida que surge, acende, se move e orienta pela energia do Orixá dos caminhos em permanente caminhada’. 

Diego Vattos (músico), Lenardo Oliveira (sonoplasta), Jean Ribeiro (artista plástico), Pedro Olaia (performer), Rosilene Cordeiro (performer) e Uirandê Gomes (fotógrafo), artistas integrantes dessa ação, possuem uma relação com o Orixá Ogum, seja pela aproximação religiosa, de culto e fundamento, seja pela relação artística com que o mesmo os atravessa ou atravessou em algum momento específico da vida e da carreira profissional.





(Fotos: Glauce Santos e Jean Ribeiro)

“Não procuramos tratar uma qualidade específica de Ogum, tampouco nos interessou violar, muito menos deturpar quaisquer código de conduta diante das manifestações religiosas ritualísticas voltadas a esse deus e seus fundamentos. Não! Trata-se de uma pesquisa minuciosa e equilibrada, respeitando as inclinações religiosas de todos os envolvidos na tarefa. Fomos bastante cautelosos, o saudamos e reverenciamos em todas as fases da pesquisa com o devido respeito que ELE merece de nós. E o processo vivido (ao que alguns chamam resultado) foi confirmado como ‘obrigação aceita’ pelo orixá, Senhor da minha vida, meu esposo amoroso e defensor, guia consagrado do meu ori. E agora somos todos beneficiados. Nosso sentimento é de gratidão!” (Rosilene Cordeiro)


Em TRABALHO PARA OGUM, FERREIROS EM EXPEDIÇÃO, nos apresentamos como artistas por devoção, filhos de Ogum por voc-AÇÃO, reunindo nossos credos pessoais às manifestações culturais e religiosas da nossa região, saudando o PAI nos seus filhos, nas casas, ilês e terreiros que o cultuam, entronizando Ogum no mundo como Senhor dos caminhos, Rei da Modernidade, batalhador das guerras desse e de todos os tempos por cada um e cada uma de nós.
Ferreiros de Ogum, trabalhadores do Senhor do ferro em caminhos.  Patakorí, Ogum ! (Ògún supremo, principal Orixá de nossa cabeça)

Ogum adiante, dos lados e atrás, sob a proteção e benção suprema de Oxalá.

Ògún ieé!!

FERREIROS A SERVIÇO DE OGUM!


ü  Diego Vattos: Ator pela (UFPA), professor de teatro e música, diretor teatral e músico percusionista. Atua como pesquisador independente e diretor musical, graduando em Licenciatura em Teatro pela UFPA. Integrante do Coletivo 3 Nós em Belém-PA 


(Diego Vattos. Nós de Aruanda 2016. Foto: Diogo Vianna)

  Lenardo Oliveira: Geógrafo pela UFPA. Pesquisador musical, captador de áudio direto e sonoplasta. Integrante da Cia AVUADOS de Teatro de Belém-PA


(Lenardo Oliveira. Expedição Ananindeua 2016. Foto: Uirandê Gomes)

    Jean Ribeiro: É artista plástico, gravador, fotógrafo, curador independente, com várias exposições coletivas e individuais, no Brasil e exterior, sendo selecionado em salões e mostras competitivas, participou como convidado em exposições, e 3ª Bienal de Santo André-São Paulo. Atuou como professor titular de gravura da Fundação Curro Velho, e desde de 2015 faz parte da equipe de curadoria do projeto Nós de Aruanda-artistas de Terreiro, GEAM-UFPA. 

(Xilogravura  "Autorretrato" de Jean Ribeiro. Nós de Aruanda 2016. Foto: Diogo Vianna)
  
   Pedro Olaia: Ator pela UFPA, graduado em engenharia Elétrica (UFPA) atua como performer e experimentador urbano. Artista multimídia e pesquisador com foco em corpo e suas possíveis alterações como práticas de resistência política, a sociedade do consumo e a rua como espaço de experimentações culturais e artísticas. Pós-graduado em Tecnologias na Aprendizagem (SENAC) e Educação Matemática Comparada na ESAB. 

(Pedro Olaia. Expedição Ananindeua 2016. Foto: Uirandê Gomes)

ü  Rosilene Cordeiro: Atriz-performer e pedagoga pela UFPA, umbandista pertencente ao Terreiro Da Cabocla Herondina e Dona Rosinha Malandra (Sacerdote Pai de Santo Cledilson Castro) em Belém-PA. Pesquisadora de corpo, performance e sincretismo religioso na Amazônia paraense. Especialista em estudos contemporâneos do corpo: criação, transmissão, recepção pela UFPA. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura na UNAMA em Belém-PA. Integrante da Cia AVUADOS de Teatro em Belém-PA.

 (Rosilene Cordeiro. Expedição Ananindeua 2016. Foto: Uirandê Gomes)

rUirandê Gomes: Fotógrafo freelancer e produtor cultural do Casarão do Boneco e Banda Zimba Groove. Ator na Causo Cia de Teatro em Belém-PA.


 (Uirandê Gomes. Nós de aruanda 2016. Foto: Elma Totty)


#NósdeAruanda2016

Ensaio Fotográfico 

Abertura da Exposição Nós de Aruanda, artistas de terreiro

Galeria Theodoro Braga - CENTUR  (07 de abril de 2016)

(Fotógrafa Elma Totty )














































































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