PAIXÃO FOSCA III Temporada - Maio 2011/ Teatro Maria Silvia Nunes, Belém/ PA





































Um espetáculo teatral pode ser comparado de forma singela (valendo-nos da licença poética do processo criativo!) a uma empreitada grande, pesada e carregada de objetivos. Como quem escolhe a melhor localização (geográfica ou circunstancial), estuda e prepara o solo que receberá as estruturas, cria um projeto compatível com interesses e possibilidades, seleciona meticulosamente materiais adequados e pessoas dignamente habilitadas, acompanhando cada passo do trabalho de feitura, a empreitada teatral exige de seus atuante/ organizadores/ coordenadores/ colaboradores, um trato íntimo, cuidadoso e refinado para que todos os "ajustes"coincidam com as expectativas empreendidas desde sua concepção até o "produto" final.
Mas, o que está de fato em jogo nessa miscelânea que o trato teatral impõe a quem deseja realizá-lo com qualidade?

Competência, confiança mútua, credibilidade, profissionalismo, contrapartida social, disponibilidade, tempo, sonhos, pessoas... estas, por certo, as mais importantes de todo o aparato estrutural que oferece à arte-sonho dramatúrgico a possibilidade digna de configurar-se como obra- espetáculo. Em Paixão Fosca, isso não poderia ser analisado sem o necessário rigor que a empreitada-projeto exigiu de quem com ela descobriu um novo rumo no âmbito da produção teatral na cidade de Belém/PA nesse percurso vigoroso que temos feito até esta terceira temporada.

Tivemos o privilégio de contar com o patrocínio de uma empresa que apostou no trabalho de um grupo de atores/ artistas independentes (dramaturgo/ encenador, produtor, cenógrafo, figurinista, iluminador, visagista, assessorias de comunicação, projetista gráfico, fotógrafos, contra-regras, apoiadores, enfim!) que se reuniram em torno de uma idéia que antes carecia de quem nela visse uma possibilidade dentre tantas de se tornar um empreendimento exitoso.

Não poderia deixar de expor publicamente um agradecimento carinhoso ao nosso patrocinador Y. YAMADA como o braço que nos ouviu enquanto projeto, acolheu nossa proposta e nos fortaleceu enquanto grupo proporcionando essa montagem com o caráter de finalização que vislumbramos desde nossa primeira leitura do texto em julho de 2009, numa escola pública, simples e precária, que gentilmente nos cedeu o espaço para que nossos ensaios ocorressem dentro do calendário previsto. Lembro-me que nesses primeiros encontros, necessitávamos levar nosso cantil com água, pois a escola estava em reforma; ensaiávamos numa sala empoeirada e contando, muitas vezes, somente com a ventilação das árvores próximas. Foi um lugar importante e necessário, o berço humildade no qual deu-se do papel pra se tornar cena, algo do qual não podemos nos esquecer. Eu não esqueço!

À Y. YAMADA, portanto, ofereço gentilmente o espetáculo com o melhor que dele pudemos realizar juntamente com um MUITO OBRIGADO pessoal e coletivo pelo reconhecimento do nosso trabalho na forma de incentivo financeiro sem o qual, com toda certeza, não teríamos a abranagência e a visibilidade de um trabalho sério, com a qualidade que procuramos a ele imprimir, algo que exigiu tanto de nós.

À UNAFISCO, na pessoa de seus gestores, que se tornou nosso novo recanto de ensaios (sucessivos e necessário ensaios!!) com uma estrutura física e humana destacável, a qual todo artista deveria ter acesso mas infelizmente as políticas públicas e privadas de âmbito patrimonial tem negado aos fazedores da cena artística de nossa cidade pelo excesso de burocratização. Agradeço o espaço adequado compatível ao momento primoroso de composição do trabalho artístico, nosso laboratório, a oficina onde escupimos, a lentas cinzeladas, o espetáculo em questão. Parceiro que abriu as portas, literalmente e gratuitamente, para os quais gostaria de devotar o mais alto apreço e consideração.

O que dizer de João Ramid, fotógrafo renomado, que de amigo íntimo da Paula virou o amigo e parceiro incondicional do elenco. Amoroso, cuidadoso, cedeu seu estúdio, seu tempo, seu equipamento e seu olhar, para que pudéssemos apresentar nossos personagens pelas lentes de um admirador criterioso e sensível... nossa primeira "platéia"... Ao João, um abraço especial do tipo "obrigado por tudo e mais alguma coisa!"

A Tina Sâmia, o que dizer?!rr. Pois bem, o que dizer da visualidade que é o Paixão nessas três temporadas em cartaz... Falo do lugar da emoção, de ver/ compreender o espetáculo por meio de uma plasticidade e sensibilidade gráfica, para mim, sem precedentes. Uma profissional a altura de seu mérito pela excelência que atribuiu a cada detalhe: o site, as imagens, a dinamicidade e interatividade que proporcionou com o grande público (de teatro ou não) por meio de seu magnífico trabalho. Competência que se agregou a uma energia/ sinergia que vibra em sintonia e faz o espetáculo ganhar a rede urbana e virtual, conectando-nos num emaranhado de interlocuções na (da) cena cultural da cidade de Belém. Vida longa ao seu talento!!!

A FORNERIA e SOL INFORMÁTICA foram os nomes que faltavam para que uma outra camada especial fosse agregada ao nosso fazer. Apoiadores/ parcerias que juntas atribuíram maior credibilidade e abrangência visual do nosso trabalho artístico. Alegra-me muitíssimo saber que empreendedores dos vários segmentos empresariais da sociedade local tem compreendido a força da produção cultural de nosso estado e promovido ações de incentivo no sentido de de viabilizar e qualificar o trabalho dos profissionais artistas nas diferentes linguagens em que militam. Um obrigado cordial e gentil a cada um de vocês!

Ao Marinaldo Silva (Ator e produtor do espetáculo) devemos mais que agradecimentos. Não é fácil dividir "a cena" em funções tão específicas que exigem da mesma pessoa diferentes e bem acabadas atuações. Marinaldo demonstrou total e irrepreensível postura em âmbito de produção teatral. Não mediu esforços em compatibilizar empenho, doação, tempo e cordialidade em todos os contatos e parcerias que estabeleceu nesse trajeto. Palavras, nesse caso em específico, não traduzem o sentimento de gratidão por tudo que Marinaldo representou para essa montagem. Merda ao seu talento humano e profissional... vida longa a sua atividade artística!!

Gual Dídimo, o visionário, o louco (diriam alguns ou talvez muitos!!!) menino "brincante" entre dramaturgo e encenador, ávido por leitura, alma sensível tocada pelas letras, capturado e arrastado pela palavra... mentor do sonho, "garoto" arteiro e bem intensionado, contagiado e contagioso, mostrou-se capaz de alçar vôos altos, com proporções de outros bem mais altos. Que o sucesso e a humildade sinvam-no por travesseiros e que saiba usufruir bem do futuro promissor que o aguarda, sempre com sabedoria e moderação, mesclando divinamente loucura e poesia em tudo aquilo em que tocar vida a fora. OBRIGADA pela oportunidade partilhada, grata por FOSCA um personagem que seguirá comigo.

Nosso assessor de comunicação desde a segunda temporada, Thiago Viana, configurou-se como um exemplo a ser seguido. Desdobrou-se em proporcionar os intercâmbios necessários com os meios midiáticos que veicularam Paixão Fosca com alto teor de segurança em torno do trabalho realizado. Cuidou com métrica das notícias e imagens veiculadas para que nada de errôneo ou distoante inviabilizasse a imagem do nosso projeto. Jovem muito competente de uma cordialidade e simplicidade expressiva, tornou-se marca do nosso trabalho. Parabéns, receba meus aplausos, em particular!

Rafael Feitosa, Paula Diocesano, Harles Oliveira e Marinaldo Silva são mais do que aparentam, asseguro. Mas que a contracena artística, partilhamos bastidores, lágrimas, tensões, risos, dúvidas, discussões estéticas, medos e certezas. Tão distantes na rotina diária de nossos afazeres, dispares em nossas atuações pessoais, conquistamos neste projeto um coletivo que em cena assina-se como ELENCO no qual Giorgio, Clara, Coronel Ricci e Dr. Tambourri "vazam" inteiros por entre as tramas de uma poética de nuances interpretativas que nos permitem viajar pela Itália do século XIX, pelo enredo de Tarcheti que em Guál Dídimo, realçou a qualidade de história universal.

Aos companheiros e amigos, Ézia Neves (Figurino e Cenário), Sônia Lopes (Luz), Nelson Borges (Visagismo), Adhara Belo (Direção de palco), Paula Cruz e Raissa Araújo (Contra-regragem), Adalberto Junior (Fotografia em cena), ao Everton (Operador de luz), ao Enoque (Bilheteria) aos técnicos e pessoal de apoio do Teatro Maria Silvia Nunes; Ao Rafael, ao Francisco, ao Neto...gente! Quanta gente a agradecer... o que seria de nossa empreitada sem as mãos e o coração dessas pessoas??!!

Não poderia terminar esse agradecimento sem citar o Governo do Estado do Pará, por meio da Lei SEMEAR e da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, que legalmente assinam a parceria desta larga estrutura que se tornou o Projeto Paixão Fosca. Aproveito para reiterar a importância de Leis de incentivo ao fomento cultural no estado que oportunizem outras produções artísticas como a nossa a sairem do papel e ganharem a cidade de Belém, oportunizando acesso à arte as várias camadas sociais da cidade urbana e periférica que nos ladeia, repercutindo num estado que aposta na cultura e nos fazedores/ produtores da cena artística local reverberando o Pará por meio da ARTE pelos muitos territórios do Brasil.

Num abraço singelo e plenamente necessário,

Rosilene Cordeiro, interprete-criadora de FOSCA, no Espetáculo Paixão Fosca, de Guál Dídimo.
Belém/ PA, 22/05/2011








Comentários

Anônimo disse…
Muito obrigada! :)

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