ESTRIDENTE E ESGANIÇADA (Rosilene Cordeiro)

Eis a tua cena,
Poeticamente pintada na harmonia
Das tuas cores líricas, estridentes
De deformações surrealísticas,
Expandindo sonhos;
Explodindo o mundo;
Desvendando segredos.
Eis a tua presença,
Rasgando o dia
Em tons arrepiantes de alegria esganiçada,
Subindo os montes até o sol;
Descendo as escadas
Até a última chama do inferno.
Eis a tua ausência,
Preenchendo os vazios
Com o exalo da tua essência
De provocar calafrios,
Hipnoses e demências;
Eis o teu tempo,
Num tempo cadente,
Saltitando contente
Em timbres cantantes,
Num tilintar saliente
Em espaços mutantes.
Eis a tua vida nua,
Entreaberta e esgarçada,
Virgem estrada crua,
Sofrida e atormentada.
Mulher da noite serena,
Tua vida é uma pena,
Tão inconstante e plena
Como a pintura da tua cena.
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